Com a reforma tributária e administrativa em estágio avançado de discussão no Congresso Nacional, o setor imobiliário se vê diante de um novo ciclo de transformação. Mudanças estruturais no sistema de arrecadação e na organização do Estado prometem impactar diretamente a forma como as incorporadoras calculam seus custos, estruturam seus negócios e definem suas estratégias societárias.
Neste artigo, exploramos os principais pontos das reformas que afetam o mercado imobiliário, seus possíveis efeitos sobre a viabilidade dos empreendimentos e o que os gestores precisam monitorar e adaptar para garantir segurança jurídica e competitividade.
A proposta de reforma tributária que avança no Legislativo propõe a unificação de diversos tributos sobre o consumo em dois grandes blocos: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência compartilhada entre estados e municípios, e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal.
Para o setor imobiliário, os principais impactos esperados são:
Cada uma dessas mudanças exige reavaliação nos contratos, estruturação das SPEs e até na precificação dos imóveis, sobretudo em empreendimentos com longo ciclo de maturação.
A proposta de reforma também reacende discussões sobre o momento de incidência do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis). Algumas decisões recentes do STF já indicam a tendência de que o ITBI só será exigido no momento do registro efetivo da transferência de propriedade, e não na assinatura do compromisso de compra e venda.
Isso pode gerar efeitos como:
O gestor imobiliário deve acompanhar de perto o posicionamento dos tribunais superiores, pois essa mudança pode exigir ajustes em cláusulas contratuais e em práticas cartorárias.
A reforma traz um novo cenário para a organização societária das incorporadoras. Hoje, muitos empreendimentos são desenvolvidos por meio de SPEs (Sociedades de Propósito Específico) e optam pelo RET, que oferece alíquota única e simplificada sobre a receita.
Com o fim do RET e a possível tributação integral da receita, empresas terão que reavaliar:
Além disso, será necessário reforçar a governança contábil e o controle de créditos fiscais, especialmente em empresas que atuam em múltiplas regiões com regimes fiscais distintos.
Embora a reforma administrativa pareça mais distante do dia a dia das incorporadoras, seus reflexos podem ser profundos no médio prazo. A proposta tem como objetivo reduzir o custo da máquina pública, simplificar carreiras e aumentar a eficiência dos serviços prestados pelo Estado.
Para o mercado imobiliário, os principais efeitos indiretos podem incluir:
Em um cenário ideal, a reforma administrativa ajudaria a destravar gargalos históricos que encarecem e atrasam os projetos imobiliários — do licenciamento à entrega da unidade.
As alterações nas regras tributárias devem impactar diretamente o custo total de empreendimentos e, consequentemente, a precificação final dos imóveis. Isso afeta tanto o mercado de médio e alto padrão quanto os projetos voltados à habitação popular.
Gestores precisarão revisar:
Além disso, será essencial recalibrar o preço de venda das unidades para garantir competitividade, especialmente em cenários de maior sensibilidade do consumidor a variações de preço e crédito.
A reforma tributária em andamento exige dos gestores imobiliários uma atuação mais próxima da alta gestão e dos setores jurídico, contábil e de inteligência de mercado. A capacidade de interpretar cenários fiscais, modelar impactos e adaptar rapidamente a estratégia será determinante para a saúde financeira das operações.
Entre os principais desafios estratégicos estão:
O profissional que lidera a operação precisa dominar tanto a dinâmica da legislação quanto a realidade de cada praça, cada projeto e cada stakeholder envolvido no ciclo de incorporação.
A reforma tributária e administrativa representam um ponto de inflexão para o setor imobiliário. Embora tragam incertezas e exigências de adaptação, também oferecem a chance de racionalizar custos, aumentar transparência e tornar o ambiente de negócios mais previsível a longo prazo.
Para incorporadoras, o momento exige planejamento, organização e capacidade de resposta rápida. Mais do que ajustar alíquotas em planilhas, trata-se de repensar a forma de operar, de precificar, de projetar e de crescer.
Diante das mudanças estruturais da reforma tributária e administrativa, é hora de reavaliar não só seus modelos de negócio, mas também sua forma de captar, qualificar e converter leads. Incorporar inteligência artificial em cada etapa da jornada do cliente pode ser o diferencial que garante previsibilidade e crescimento sustentável da sua empresa.
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