O Ademi-AM Connections abriu a manhã com o painel “Visão 360°”, mediado por Guilherme Diamante e com três vozes que cobrem o mapa do setor: Lucas Couto (Grupo Patrimar), Marco Túlio Campos (EBM) e Ricardo “Cadinho” Couto (Direto). Em tom direto, a conversa costurou conjuntura, funding e eficiência — com tecnologia (e especialmente IA) como fio transversal.
Lucas Couto, Diretor Comercial e Marketing da Patrimar, mapeou o setor por segmentos. Na baixa renda (Minha Casa Minha Vida), a demanda segue resiliente pela natureza social do programa; a alta/altíssima renda mantém tração; e a média renda é a mais sensível ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) em ambiente de juros altos. No plano de resultados, foi objetivo:
“Deve fechar o ano basicamente igual a 2024, uma estabilização em torno de 1,5 bilhão”, afirma.
Do lado operacional, a agenda é escalar com eficiência. Couto contou que a carteira de clientes cresceu de 5 para 15 mil e que a resposta não foi simplesmente “dobrar pessoas”, e sim performar melhor com tecnologia:
“A nossa base de clientes pulou de 5 para 15. Se eu simplesmente dobrasse… é isso que a gente quer? Não. A gente quer ter uma performance melhor. Como? Usando tecnologia, principalmente no atendimento.”
Ele também registrou a parceria com a Morada.ai no movimento de digitalização:
“Estamos com a Morada há 3–4 anos… Se você não tem padronização, se você não tem tecnologia, se você não tem processo, esquece, você não vai conseguir escalar.”

Marco Túlio Campos, Diretor de Incorporacão da EBM, no Ademi-AM Connections. Crédito: Luis Veloso/Morada.ai
Marco Túlio Campos, Diretor de Incorporacão da EBM, descreveu a reorganização da empresa em linhas de produto (do MCMV ao alto/altíssimo padrão), separando forças de engenharia e comercial por vertical. Trouxe números e uma fotografia do ciclo recente:
“Em 2022, a empresa lançou R$ 1 bi — R$ 700 mi em média/alta renda e R$ 300 mi no MCMV… Em 2025, a gente deve fazer R$ 1,2 bi, sendo R$ 700 mi no MCMV: invertemos o market share”, diz Campos.
No MCMV, a leitura é de escoamento e funding disponível:
“O que coloca no mercado está vendendo, tem muito funding. Com certeza. Não vai faltar, era algo que sempre se discute no mercado de Minha Casa Minha Vida, a gente entende que não vai faltar”, afirma.
E a eficiência apareceu de forma concreta no atendimento:
“Estamos focando muito em produtos assertivos no custo correto, fora o uso também de inteligência artificial. A EBM saiu de uma base ativa de 1.000 clientes para 8.500 clientes. Em vez de multiplicar equipes, reduzimos 20% o atendimento com chatbot e ferramentas de IA para personalizar a experiência“, finaliza Marco Túlio Campos.

Cadinho, CEO da Direto, no Ademi-AM Connections. Créditos: Luis Veloso/Morada.ai.
Cadinho, CEO da Direto, enquadrou o debate em torno do funding e do tempo de ciclo da incorporação, que, segundo ele, é longo, levando de 5 a 8 anos para se concluir.
Ao falar do SBPE, explicou o “vaso comunicante” com a poupança e por que, com Selic alta, a captação se desidrata. Em 2025, o dado que preocupa é o saldo líquido da poupança, que foi de R$ 60 bilhões. Com menos captação, bancos apertam a torneira por duas alavancas: a redução de LTV e o aperto no comprometimento de renda.
“Os bancos param de emprestar nesse formato subsidiado pelo SPPE. Quando eles têm pouco recurso para emprestar, o que eles fazem? Eles fazem dois movimentos, que podem ser simultâneos ou não. Um deles, a diminuição do LTV, que é aquela proporção entre o valor emprestado e o valor do imóvel. E o segundo é a questão do comprometimento de renda. Como a taxa de juros está muito alta, um terço da renda fica apertado, a pessoa não tem como pagar e isso reduz demais o crédito”, afirma Cadinho.
Sobre tecnologia, a síntese que ecoou no painel, segundo as palavras do CEO, foi de que a “inteligência artificial não é mais ‘se’, é necessária. Mas não é panaceia: o mais importante é a inovação das pessoas — pensar processos e usar as ferramentas para destravar ganhos”.
A visão “360°” mostrou um setor que aprende a crescer com método: segmentar por público, desenhar produto com precisão e ganhar eficiência em cada etapa da jornada. Quando o funding aperta, vence quem enxerga dados, ajusta processo e usa IA para escala com qualidade — sem perder o essencial: pessoas com espaço para inovar.
Se você quer escalar atendimento com IA, ganhar conversão e dar visibilidade ponta-a-ponta da jornada (sem inflar estrutura), a Morada.ai está pronta para ajudar — como já faz com parceiros que subiram ao palco neste evento. Fale conosco e leve esses ganhos para o seu próximo ciclo.
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