Construindo o Brasil com Previsibilidade: O Recado de Luiz França no Incorpora 2025 para o Setor Imobiliário

Construindo o Brasil com Previsibilidade: O Recado de Luiz França no Incorpora 2025 para o Setor Imobiliário

Publicado em: 09.10.2025

O estado da economia

“Enquanto a turbulência cresce no mundo, o setor imobiliário brasileiro apresenta bons resultados, com oferta e demanda em níveis elevados”. O tom estava dado logo no início da fala de Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC).

O PIB do primeiro trimestre de 2025 cresceu 3,2% no acumulado de 12 meses. No mesmo período, a construção avançou 3,6%. O desemprego atingiu a menor marca em 13 anos. A construção movimenta 97 atividades, emprega 7,5 milhões de pessoas e gerou 13% dos empregos formais no ano citado .

“Mesmo assim, a economia brasileira segue crescendo”, diz França.

Custo do dinheiro e previsibilidade

“O nosso juro real é o segundo maior do mundo”, afirma o presidente. França defendeu iniciar um ciclo de queda da Selic, combinando equilíbrio fiscal, simplificação e reforma administrativa para manter juros baixos por mais tempo.

“Precisamos, de forma urgente, que o Banco Central inicie um movimento de corte na Selic”, acrescenta.

A cada 1 ponto percentual na Selic, 166 mil famílias deixam de acessar o crédito imobiliário.

Segurança jurídica e Código Civil

França acendeu um alerta com a proposta de reforma do Código Civil em debate no Senado. O texto “atinge mais de 50% dos artigos”, com risco de enfraquecer contratos e direito de propriedade se avançar sem calibragem técnica e debate amplo.

“É nosso dever chamar a atenção para os riscos dessa transformação precipitada”, afirma o presidente da ABRAINC.

Tributação do consumo

A reforma tributária do consumo foi aprovada e começa a ser implantada em 2026. ABRAINC e entidades setoriais mantêm diálogo com a Receita Federal para uma regulamentação aderente ao mercado imobiliário.

Demanda, vendas e rentabilidade

As vendas cresceram 7% no acumulado de 2025, segundo o indicador ABRAINC. A intenção de compra alcançou 49%.

No médio e alto padrão, as vendas do setor subiram 84% em 2024 frente a cinco anos antes, com cerca de 75% do volume do setor imobiliário e 65% da força de trabalho concentrados nesse segmento.

Em valorização, o imóvel “vem se mostrando uma moeda forte”, com +14% no ano anterior e, em 5 anos, rentabilidade praticamente o dobro da Selic considerando preço e aluguel.

Crédito, funding e mercado de capitais

O estoque de crédito imobiliário chegou a R$ 700 bilhões, +104% em 5 anos, com 3,9 milhões de moradias financiadas.

As LCIs somaram R$ 471 bilhões em ago/2025, três vezes o volume de 2020. A inadimplência do SFH está em 0,7%, uma das menores da série. As emissões chegaram a R$ 58 bi em CRIs e R$ 44 bi em FIIs em 2024.

A ABRAINC acompanha com o Banco Central um novo modelo de crédito imobiliário para assegurar oferta e taxas acessíveis.

“É fundamental termos um modelo que garanta a estabilidade de juros acessíveis”, conclui Luiz França.

Minha Casa, Minha Vida

O orçamento é próximo de R$ 180 bilhões neste ano, com detalhamento entre FGTS, subsídios e outras fontes. A Faixa 4 do programa passou a incluir famílias com renda de até R$ 12 mil. A meta é alcançar 3 milhões de moradias até 2026.

“Em função disso, o déficit habitacional virá de 6,2 milhões para 5,9 milhões”, afirma o presidente.

Papel da ABRAINC

“Os dados comprovam que a incorporação imobiliária se consolida como instrumento de alto impacto econômico e social”, diz Luiz França. A entidade que reúne 89 incorporadoras produziu cerca de 350 notas técnicas no último ano e acompanha 100+ indicadores, além de atuação em marcos como lei do distrato, regulamentação da reforma tributária e Plano Diretor de São Paulo.

O que muda para quem incorpora

  1. Crie cenários comerciais sensíveis à Selic e ao custo efetivo do crédito. Use a referência das 166 mil famílias por 1 ponto percentual para dimensionar alcance de produto e preço.
  2. Reforce governança contratual e monitoramento da reforma do Código Civil para mitigar risco jurídico em contratos, garantias e distratos.
  3. Diversifique funding aproveitando LCIs, CRIs e janelas de FIIs, ancorado na inadimplência baixa do SFH para melhorar precificação.
  4. Ajuste portfólio ao apetite do médio e alto padrão, apoiando narrativa com dados de vendas e valorização.
  5. Prepare a esteira para o novo modelo de crédito em discussão com o Banco Central para reduzir atrito na aprovação e ampliar conversão.

FAQ rápido

Como a queda da Selic afeta o acesso ao imóvel?
Cada 1 ponto percentual a mais tira 166 mil famílias do crédito imobiliário. A queda amplia elegibilidade e viabiliza lançamentos.

Por que a segurança jurídica é crítica agora?
Mudanças extensas no Código Civil podem fragilizar contratos e elevar risco. O setor imobiliário pede debate técnico para preservar previsibilidade e investimento.

Quais são os sinais de apetite do investidor?
CRIs somaram R$ 58 bi e FIIs R$ 44 bi em 2024. LCIs bateram R$ 471 bi em ago/2025. A inadimplência do SFH está em 0,7%.

 

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