Contexto e continuidade
Sigo no Tijolo Business 2025, em Porto Alegre. Este foi o segundo painel do dia, e ele se conecta diretamente ao primeiro. Se a abertura tratou de crédito, mão de obra e regra do jogo, agora a lente aproximou o que acontece na rua, no quarteirão e no centro da cidade. Estiveram no palco Anthony Ling, Daniel Nobre, Francisco Zancan e mediação de Izabelle Colusso. A pergunta que guiou a conversa foi simples e poderosa: como alinhar o espaço público da cidade com o espaço privado dos lotes para que a vida urbana floresça.
Quem esteve no palco
- Anthony Ling defendeu que “cidade inteligente” não é gadget, é decisão pública inteligente sobre prioridades urbanas.
- Daniel Nobre trouxe o case Pedra Branca, mostrando como ancoragem educacional, rua ativa e governança comunitária mudam o cotidiano.
- Francisco Zancan puxou a discussão sobre dados, a morte dos centros e como recuperar vitalidade com leitura correta de usos e beleza urbana.
- Izabelle Colusso costurou o painel com a noção de cidade contínua, onde o público e o privado precisam conversar.
O que é “cidade inteligente” de verdade
Anthony provocou o senso comum. Instalar LED na faixa de pedestres não é inovação urbana. “O sinal era para pedestres existir há 100 anos, eles só botaram no chão um pedaço de LED.” A inteligência está em tomar decisões certas, escolher onde investir, priorizar conectividade e segurança.
Ele trouxe a discussão para a realidade local. Há áreas de Porto Alegre onde o Plano Diretor e o Estado não chegam. Nesse vazio institucional, quem ocupa o território é o crime. Urbanismo também é política de segurança. Por isso, o investimento em espaço público nas áreas mais necessitadas precisa estar no topo da agenda. O desafio tem escala. Fala-se em 170 a 200 mil pessoas vivendo em situação precária.
Pedra Branca: quando a rua volta a ser palco
Daniel Nobre mostrou como um território muda quando se escolhe a âncora certa. O avanço de Pedra Branca começou quando o setor privado entendeu que educação puxa desenvolvimento e doou cerca de 150 mil metros quadrados para instalação da Unisul no coração do bairro. A decisão redesenhou fluxos urbanos e o cotidiano.
A visão que sustenta o projeto é a cidade para as pessoas. Comércio no térreo, moradia em cima, serviços a pé, rua com programação e gestão comunitária forte. “O coração dos nossos projetos é que o palco da vida é a rua”, afirma Daniel Nobre. O resultado aparece na massa crítica do dia a dia. São milhares de moradores, estudantes e trabalhadores circulando e mais de três mil eventos por ano organizados pela própria comunidade, com crescimento projetado para os próximos anos.
Centros, dados e beleza urbana
Francisco Zancan chamou atenção para a morte dos centros em muitas cidades brasileiras. Enquanto cidades históricas e universitárias seguem funcionais, nossos centros perderam população e atratividade.
O caminho de volta passa por ler dados com perguntas certas, reabilitar usos, devolver beleza e vitalidade ao espaço público e reocupar edifícios com a mistura de funções que sustenta a rua viva.
A mensagem final foi otimista. Dá para reconstruir pertencimento quando se volta a pensar a cidade para as pessoas.
Educar para a cidade

Painel 02 “Urbano e Conectado: Como construir cidades mais inteligentes e sustentáveis” no Tijolo Business 2025. Créditos: Pedro Henrique Meirelles.
Na mediação, Izabelle trouxe a pauta da cidade que educa. Anthony complementou com um gesto formador que custa pouco e muda gerações.
Criar hábitos urbanos desde a infância. Levar crianças ao centro, andar de ônibus, viver a rua. Cidadania urbana se aprende praticando, com constância.
Mapa de ações para Porto Alegre
- Priorizar onde a cidade mais precisa
Levar infraestrutura e espaço público de qualidade aos territórios vulneráveis, com foco em segurança e integração.
- Ativar rua e mistura de usos
Promover térreos ativos, moradia sobre comércio e serviços a distância de caminhada, com governança comunitária que programe a rua.
- Reanimar centros com dados
Usar inteligência territorial para guiar reocupação, recuperar fachadas e paisagem, reintroduzir funções que geram fluxo contínuo.
- Educar e comunicar a cidade
Formar hábitos urbanos desde cedo e incluir a vivência do centro no currículo e nas práticas culturais.
Conclusão
Este painel entregou um roteiro de transformação. Cidade inteligente é a que decide bem e investe onde o impacto social é maior. Rua viva nasce de escolhas de desenho urbano e de governança que combinam educação, comércio, moradia e serviços no raio de caminhada. Centros reabilitados dependem de dados, beleza e uso misto para voltar a ser destino cotidiano. O fio que costura tudo é simples. Quando a cidade faz o básico com consistência, a rua volta a ser palco da vida.
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