O Brasileiro Quer Comprar Imóvel — Mas o Futuro da Compra Já Mudou

O Brasileiro Quer Comprar Imóvel — Mas o Futuro da Compra Já Mudou

Publicado em: 10.10.2025

Durante o Incorpora 2025, evento da ABRAINC, o CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Araújo, apresentou uma pesquisa inédita que revela um dado poderoso: 49% dos brasileiros pensam em comprar imóvel. Mas, mais do que a intenção, o estudo da Brain Inteligência Estratégica escancara como o comportamento de compra está mudando — e o quanto o mercado ainda insiste em olhar para o passado.

1. A escadinha da idade

A pesquisa da Brain mostra que o desejo de comprar imóvel é crescente entre os mais jovens. A geração Z, até 28 anos, aparece com 74% de intenção de comprar imóvel, contra 36% dos baby boomers.

Isso desmonta um dos mitos mais repetidos do setor: o de que “o jovem não quer comprar imóvel”. A realidade é outra — ele quer, mas não pode. O preço é a barreira. O sonho da casa própria não desapareceu, ele apenas ficou mais distante.

2. O impacto dos juros e do poder de compra

Enquanto 63% dos entrevistados afirmam que está mais difícil comprar imóvel, um dado chama atenção: 9% dizem que está mais fácil.

Como explicar? O aumento de renda e o avanço de programas como o Minha Casa Minha Vida estão compensando, para parte da população, o peso dos juros. Governos estaduais e municipais têm injetado recursos diretos na entrada de imóveis, o que reacende o apetite de compra nas classes de menor renda.

Ainda assim, o valor da parcela mensal continua sendo o principal fator de decisão. A dor não é teórica, é concreta: o bolso sente antes que o gráfico explique.

3. O potencial inexplorado da IA

O estudo entra em um ponto que dialoga diretamente com o tema central do Incorpora 2025: a inteligência artificial na jornada de compra.

Hoje, apenas 1% das pessoas compraram  utilizando IA, mas 17% afirmam que poderiam comprar imóvel se se sentissem seguras com as ferramentas. Um salto de potencial de mais de 1500%.

Ou seja: há um oceano de oportunidades para incorporadoras, imobiliárias e construtechs que souberem usar a IA como uma extensão da experiência do cliente. Não como um chatbot genérico, mas como um agente que entende, compara, recomenda e simplifica decisões complexas.

A principal vantagem citada pelos consumidores? Agilidade na busca e comparação de imóveis — exatamente onde o mercado ainda é mais arcaico.

4. A confiança é o novo valor

O maior medo ainda é o golpe digital: 77% das pessoas têm receio de cair em fraudes, e 52% temem pela segurança dos dados.

Isso mostra que a transformação digital do setor não depende só de tecnologia — depende de confiabilidade. A IA pode ser o motor, mas a confiança é o combustível. É por isso que, mais do que ferramentas, o mercado precisa de educação, transparência e boas experiências para que a adoção cresça.

5. O mercado que vem aí

A pesquisa da Brain encerra com um decálogo de tendências para o próximo ano:

  • Queda gradual da taxa de juros.
  • Demanda mais aquecida que a oferta.
  • Fortalecimento do Minha Casa Minha Vida.
  • Crescimento dos valores de locação.
  • Segmento de luxo com metragem menor.
  • Adoção recorde do mercado de capitais.
  • Expansão de co-brandings entre incorporadoras e marcas de luxo.
  • Consolidação da IA na jornada do comprador.

O recado é claro: a demanda existe, o desafio é atender ao novo consumidor com as ferramentas do novo tempo.

Conclusão

A geração que está prestes a movimentar o mercado imobiliário nasceu com o smartphone na mão e a mente aberta para novas experiências digitais. Se 17% já se sentem prontos para comprar imóvel com ajuda de IA, imagine o que acontecerá quando o setor finalmente deixar o passado para trás. As incorporadoras que entenderem isso primeiro não estarão apenas vendendo imóveis, estarão também construindo o futuro da moradia.

 

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