Cenário econômico de 2026: o novo ciclo do crédito e o impacto no mercado imobiliário

Cenário econômico de 2026: o novo ciclo do crédito e o impacto no mercado imobiliário

Publicado em: 25.11.2025

O segundo bloco do Credit AI ficou por conta do Rafael Murrer, do Bradesco. O economista apresentou uma leitura direta do que esperar para o cenário econômico de 2026 e como esse quadro afeta o crédito e o mercado imobiliário. A mensagem central é otimista com realismo. A renda média cresceu, os juros reais já estão produzindo desaceleração, a inflação perdeu força e isso abre espaço para o início de um novo ciclo de cortes na Selic.

O global nos ajuda no câmbio

O ambiente externo tende a ser menos hostil para países emergentes em 2026. Essa melhora reduz pressões sobre o dólar e favorece um real mais comportado. Câmbio menos volátil ajuda a ancorar preços, dá previsibilidade a custos de obra e financiamento e reduz riscos na formação de preço.

Emprego e renda sustentam a demanda

Mapa de Renda Média Real do trabalhador por estados do Brasil em 2024.

Mapa de Renda Média Real do trabalhador por estados do Brasil em 2024, de acordo com dados do PNAD-C, IBGE. Créditos: Brasil em Mapas/Reprodução.

O mercado de trabalho continua firme e a renda real média avançou. Isso mantém a massa de renda em trajetória positiva. Para o imobiliário, significa que a demanda por moradia segue presente mesmo com atividade moderando. Em outras palavras, há base de consumo suficiente para sustentar vendas e lançamentos selecionados.

Juros reais altos, mas já desacelerando a economia

Gráfico de expectativa da taxa Selic nos anos de 2026, 2027 e 2028.

Gráfico de expectativa da taxa Selic nos anos de 2026, 2027 e 2028. Créditos: Banco Central do Brasil/Reprodução.

Os juros reais cumpriram o papel de frear a velocidade da economia. Investimentos e consumo desaceleram sem colapsar o mercado de trabalho. Essa combinação cria as condições para a transição do ciclo monetário. Crescimento é menor em 2026, porém com um mercado ainda aquecido pela renda e pelo emprego.

Inflação arrefece

Relatório de Mercado feito pela Focus.

Relatório de Expectativa de Mercado para 2026 feita pela Focus. Créditos Banco Central do Brasil/Reprodução.

O pior momento da inflação ficou para trás. Com atividade em ritmo mais moderado e câmbio mais benigno, a tendência é de inflação mais baixa e previsível ao longo de 2026. Esse é o gatilho que faltava para o Banco Central mudar a direção da política monetária.

Quando o Banco Central deve cortar juros

A leitura apresentada por Murrer aponta que os primeiros cortes podem acontecer já no primeiro trimestre de 2026. A trajetória dependerá dos dados, mas o ponto de inflexão está mais próximo. A queda da Selic tende a melhorar rapidamente os indicadores de affordability, destravando originação e alongando prazos de financiamento.

O que isso significa para o crédito imobiliário

Com renda em alta e juros iniciando movimento de queda, o financiamento volta a ganhar tração. A combinação de menor parcela inicial, melhor relação prestação renda e percepção de estabilidade incentiva a decisão de compra. Estoques enxutos favorecem lançamentos com posicionamento correto. O mercado permanece aquecido, sem sinais de pressão inflacionária à frente.

Implicações práticas para incorporadoras e bancos

1)  Reprecificar com dados atualizados de custo de capital e velocidade de vendas.
2)  Priorizar produtos que dialogam com a renda disponível do público alvo e com a elasticidade que virá do recuo de juros.
3)  Preparar landbank, aprovações e materiais comerciais para capturar a virada do ciclo assim que os cortes começarem.
4)  Fortalecer canais digitais e atendimento inteligente, porque a queda da Selic aumenta o volume de consultas e a janela de conversão fica mais curta.

Mensagens finais

  • O global deve ajudar o câmbio.
  • O pior da inflação passou.
  • Crescimento menor em 2026, mas com mercado imobiliário aquecido pela renda e pelo emprego.
  • O Banco Central tem espaço para iniciar cortes no primeiro trimestre.

Conclusão

Cenário econômico de 2026

Cenário econômico brasileiro em 2026. Créditos: Gerado por inteligência artificial.

O novo ciclo do crédito não depende de um único fator. Ele nasce do encontro entre inflação mais baixa, câmbio mais estável, juros caindo e renda em alta. É exatamente esse quadro que se desenha para 2026. Quem se antecipar na modelagem de produtos, no preparo de lançamentos e na eficiência do funil de vendas vai capturar a melhor parte da curva.

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